O acusado de matar o universitário
campineiro Mário dos Santos Sampaio, de 22 anos, com três facadas em um
restaurante do Guarujá na véspera de Ano Novo, José Adão Ferreira de Passos
(foto, de bigode), de 53 anos, se entregou à polícia. O filho
dele, Diego Souza Passos, 24 anos, que brigou com a vítima, também se
apresentou. O corpo do estudante foi enterrado quarta-feira (2) no Cemitério da
Saudade na presença de dezenas de amigos e parentes que ainda estavam
inconformados com a tragédia.
A polícia tinha ido até a casa onde mora o autor do crime que fica no mesmo
bairro do restaurante, Casa Grande, na praia da Enseada. A casa estava vazia.
Vizinhos contaram à polícia que Passos, a mulher e os dois filhos saíram às
pressas na segunda-feira. Um funcionário que presenciou o crime prestou
depoimento e confirmou que o autor dos golpes seria o proprietário do
restaurante ajudado pelo filho. Logo após o crime, Passos dispensou os
funcionários e fugiu. A polícia irá intimar os outros funcionários que
presenciaram e que teriam participado da confusão para também prestarem
depoimento.
Investigadores foram em oito endereços suspeitos de parentes e amigos dos
foragidos localizados em cidades do Litoral Paulista antes dos acusados se
entregarem.
O delegado responsável pela investigação do caso, Cláudio Rossi, afirmou que
não tem dúvidas sobre a autoria do crime que já está resolvido. “Foi um crime
brutal, o esforço agora é na prisão dos suspeitos”, afirmou. O delegado afirmou
que pedirá prisão preventiva dos suspeitos. Um advogado acompanhou os dois
durante a apresentação.
No local a polícia não encontrou a faca usada nos golpes. Computadores com
imagens foram apreendidos pela polícia para análise de imagens do sistema de
câmeras do comércio.
No momento do crime havia outros clientes no restaurante, assustados com a
discussão e briga muitos saíram correndo. Ainda segundo investigação da polícia
do Guarujá, o acusado e o filho eram conhecidos por despertarem antipatia nos
clientes e já haviam se envolvido em diversas discussões no local e eram
conhecidos por terem um estilo “brigão”.
A brutalidade do crime que aconteceu a poucas horas da virada do ano ganhou
repercussão nacional e chocou moradores e turistas que estavam na cidade. O
restaurante continuava fechado e o cenário da briga ainda continuava, inclusive
com poças de sangue, no interior.
A polícia divulgou a foto do filho, na
qual ele segura uma grande quantidade de dinheiro. A foto de um outro procurado
foi divulgada equivocadamente pela polícia como se fosse a de José Adão.